Como apaixonado (e por vezes doente) por futebol, custa-me ver certas coisas que se vão passando por aí, nomeadamente no apoio à selecção de todos nós.
Nota: Tenho ideia que havia um qualquer acordo entre os dinamizadores deste blogue que consistia em não se falar de futebol nem política. No entanto esta cláusula é apenas aplicada ao tema clubes, e eu como não tenho acompanhado muito o futebol de escalão inferior que os meus colegas apreciam, não vou entrar por este caminho. Fica feita a nota.
Bom mas voltando à selecção. Todo este "apoio" excessivo à nossa Selecção tem somente um único culpado: Raul Meireles. Foi ele que meteu aquele golo na Bósnia que nos catapultou para este calvário de apoio. Se Portugal tivesse ficado quietinho e jogado o normal, neste momento estava tudo de férias e ninguém se chateava. É por tua culpa, Raul, que todos os dias gramo com o Liedson a falar "português" e a promover um concerto. É por tua causa, que tenho de olhar para a cara do Zé Castro, e questionar-me sobre que doença paira na equipa técnica da Selecção. É por tua causa, Raul, que tenho de ver o Pepe com cabelo. É por tua causa, Raul, que o Carlos Martins, o Ruben Amorim e o João Moutinho estão agora a tomar medicação pesada. Por tua causa, Raul...
Mas vamos a factos concretos: há coisa de 2 ou 3 meses, eu tenho a certeza que 90% dos portugueses não sabia o que era uma vuvuzela. Ou se sabiam, chamavam-lhe corneta. Ou se já sabem o que é, continuam-lhe a chamar corneta, mas por vezes chamando vuvuzela àquilo, com algum repúdio. Uma coisa é certa: o povo português aceita muito bem novas culturas e ideologias. Se soprar com dificuldade para uma corneta (desculpem, vuvuzela) de 1€ é a melhor maneira de apoiar a Selecção, então que seja. Eu cá continuo a preferir as caracoladas na marquise da minha avó, acompanhadas com pão com manteiga e minis, enquanto se chama nomes aos jogadores. Se tiver de ir ver algum jogo para outro local, com certeza que não levo a vuvuzela. Aliás, não levo nenhum produto que alguma vez tenha sido promovido por Manuel Luís Goucha. Com certeza levarei um bombo, um apito ou mesmo um kazoo (quem me conhece sabe que poderes este pequeno instrumento contem).
Outro caso problemático acerca deste apoio para o Mundial são os concertos organizados. São dois mega concertos que vão acontecer este ano, por causa da selecção. Um decorrerá no parque Eduardo VII, em Junho. Mega piquenique, seguido de concerto de Tony Carreira. Sobre este nada tenho a criticar. Haverá festa mais tuga que esta? Quando se pratica o culto do montanheirismo, e ainda por cima em larga escala, há que saudar a organização. Com iniciativas destas, sem dúvida que vamos crescer como povo, e os nossos jogadores vão rejubilar de alegria e coragem para a batalha sul africana. O outro concerto decorrerá no dia 30 de Maio no Jamor, e acho que vão os Black Eyed Peas. Isto porque parece que ainda existe malta que ainda não enjoou aquela música do feeling. Para estes, desejo-lhes um voto de coragem e de rápidas melhoras.
É melhor não escrever mais porque cada vez fico mais perturbado (e também para não vos secar muito, que este texto não é assim tão engraçado como o outro do soufflé). Vou antes pensar no PEC e no dinheiro que vai ser gasto em estradas, para ficar mais feliz.
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