O que é que este frango tem a ver com o blogue? Nada, mas ninguém prometeu que isto ia ser coerente

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

A "evolução" dos tempos


Eu tenho um sobretudo preto, assim a dar pelo joelho. Gosto do sobretudo, há já uns anos que queria um, e há uns meses adquiri-o. Enquanto não o tive, improvisei o meu vestuário com outras peças, como casacos de malha, casacos de 90% poliéster e 10% algodão, casacos 50% poliéster e 50% algodão, casacos de feixe-eclair, de botões, de feixe-eclair estragado, com capuz, sem capuz, de gola alta. E não, não andava nu apenas com casacos vestidos, se bem que isso poderia ter sido extremamente benéfico para me introduzir na alta roda da psiquiatria hospitalar. Agora com um sobretudo sinto-me feliz.

No entanto, há um par de semanas, sair à rua com o sobretudo tornou-se uma situação estranha. Se anteriormente poderiam invocar o nome de José Mourinho quando me viam assim vestido (analogia com a qual não me importo muito), agora invocam-se as figuras de jovens actores que interpretam algo semelhante a vampiros...

Eu ainda sou jovem, no entanto cresci numa época em que os vampiros eram seres, vá, que nós seres humanos tentaríamos evitar. Estes andavam só de noite, porque de dia a brincadeira era capaz de aleijar, não gostavam de alhos, nem crucifixos (no entanto não se assumiam islâmicos como Abel Faisal Xavier), dormiam em caixões, transformavam-se em morcegos quando assim desejavam, a prata podia matá-los... Enfim, um conto de fadas. Faláva-se em Drácula, em Nosferatu, em Conde-de-Contar (que também é assim raçado de vampiro) e em indivíduos oriundos do Leste Europeu.

Hoje em dia que cenário temos? Vampiros que andam em plena luz do dia, vão à escola, namoram, ouvem 30 Seconds to Mars e... usam um sobretudo preto. Jovens pré-adolescentes respiram estes ares, bebem sangue se for preciso, são fãs de figuras que antigamente eram círculo central em romances e filmes de terror. Só falta agora fazerem um inverso, e meterem o Bob o Construtor a ceifar almas com a sua retro-escavadora num qualquer estado americano, enquanto come uma sandes de coratos e bebe cerveja em lata.

Sim podem pensar, que com o meu sobretudo preto tenho grande saída com raparigas sub-16, mas é um prémio algo redutor, merecia melhor. Por isso é que eu tenho ódio de morte a esses vampiros... e ao Ruben Micael também, mas por outras razões.

Mas eu gosto do meu sobretudo preto...

5 comentários:

  1. Eu tive uma sensação estranha a primeira (e única, até agora) vez que vi tal série. Veio-me a mesma pergunta à cabeça quando estava a ver o Avatar.
    "Mas que raio, parece que conheço isto de algum lado...?"

    Devo ser eu que ando a ver coisas.

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  2. A capacidade criativa dos portugueses anda basicamente lado a lado com a economia

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  3. Simplesmente genial...ah e o avatar é plágio da Pocahontas....ninguém me convence do contrário...

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  4. Atentai que a série é, de facto, uma inovação. Consegue plagiar, não uma, mas pelo menos 3 sagas/séries que me lembro agora. Isto é algo dificílimo de fazer porque tiveram de seleccionar as ideias prévias e já montadas de outras pessoas. Uma tarefa titânica...

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  5. Concordo plenamente consigo Rainha Alice, é como fazer sopa de peixe a partir da caldeirada do almoço, conhece-se o sabor de algum lado.

    Ficamos também gratos pelo 1º comentário de uma pessoa estranha ao serviço (creio eu)

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